TERROR NA CORBETURA
A tarde estava chuvoso no Distrito Federal o arquiteto João Carlos chega a seu apartamento com presa, sua viagem está marcada para as dezenove horas e o tempo é curto para pegar suas coisas e chegar ao aeroporto internacional de Brasília, comenta algumas recomendações e informa que a cobertura na Av. Das Castanheiras Cob Norte será entregue em dois dias, falta alguns detalhes, em seguida coloca as chaves da cobertura na estante e vai saindo para sua viagem de dois dias.
Arthur filho de João Carlos observa aquelas chaves jogado por trás de um pequeno jarro e fica tentando imaginar as possibilidades de conhecer aquela cobertura como já tinha feito antes em outros trabalhos realizado por seu pai. Sua imaginação de adolescente fluía e não vinham coisas boas e responsáveis em sua mente desalinhada e imperativa. Arthur sabia que sua mãe iria com seu pai, sairia do serviço direto para o aeroporto para encontra-lo. Sua irmã Sara estava fora e não sabia que hora ela ia voltar, então após olhar para aquelas chaves sua preciosa mente começa a trabalhar. Uma festinha com os amigos e muita bebida como antes ou algo melhor regado á alguma coisa mais forte. Arthur não perde tempo e liga para o amigo Henrique.
- Henrique hoje é sexta feira e eu tenho uma armação para hoje, topa! - Disse Arthur, demonstrando euforia.
Henrique já animado com a conversa de Arthur responde.
- Claro cara, agora me diz onde é e como posso chegar lá?
- Henrique é na Av. Das Castanheiras C. Norte, Bloco 6 Cobertura. Você pega o metrô desce na estação das castanheiras, fica perto, ok. - Responde Arthur com um sorriso.
- Ok Arthur! E ai cara pode levar umas gatas, a Luciana e a Larissa estão no papo e elas topam tudo, estas irmãs gêmeas são demais. - Responde Henrique com um jeito de pegador.
Um sorriso malicioso movimenta os músculos do rosto de Arthur que responde.
- Se for gostosa pode trazer, mas fica sabendo que lá não tem regra, agora presta atenção, vem tranquilo para não dar bandeira para o porteiro por que eu ainda vou enrolar ele, se for o Pedro, tá no papo, ele me deve uma parada, entendeu.
- Pode deixar cara, elas vão sair daqui já noiadas falou, tchau! - Responde Henrique expressando um ar de satisfação.
Arthur sem perder tempo liga para Ricardo, grande amigo de armações e aprontos com ficha extensa, conhecido com o cara que arruma as paradas para turma. O telefone toca, quando Arthur sente que alguém está ouvindo já vai falando alto.
- Ricardo tem uma armação pra hoje, você não pode faltar, trás coisa nova cara, não vem com coisa fraca, falou! – Disse Arthur entusiasmado.
- Cara ainda bem que você ligou, pensei que ia ficar aqui a noite toda fazendo a cabeça sozinho – Responde Ricardo.
- Ricardo vem na boa, eu ainda não fiz a cabeça do porteiro falou! - Recomendou Arthur.
- Falou cara! Vou numa boa. Olha uma amiga vai comigo, ela é fora de série, você vai gostar. – Disse Ricardo comentando de sua amiga que achava gostosa.
Arthur informa o endereço e a parada do metrô para Ricardo que anota e fazendo uma piada no final, fala!
- Arthur, gostei do endereço, Castanheiras, Bloco 6 Cobertura, sabe o que vou fazer levar um pó de castanha e cheirar a noite toda – Rindo com estardalhaços.
- Falou cara, te aguardo, tchau! - Responde Arthur compartilhando a risada com Ricardo
Pronto, tudo estava indo bem, Arthur agora tinha uma ultima missão conseguir com que a Fernanda sua pretendente e paixão aceitasse também. Seria uma tarefa difícil, mas isto já vinha virando rotina em sua vida. Fernanda não tinha o comportamento de seus amigos isto era um empecilho para realizar sua conquista.
Arthur pegou o celular, respirou fundo e digitou com cuidado cada número do telefone de sua paixão. Escutou a primeira chamada, a segunda chamada e respirou mais profundo ainda aguardando o atendimento. Quando pensou em desistir escutou uma voz suave do outro lado, aquilo era como uma música suave para seus ouvidos que só ouvia Rock e Heavy Metal pesado.
- Alô! Oi Arthur, tudo bem! – Disse Fernanda com um jeito meio triste, como se tivesse aguardando qualquer convite para sair daquele tédio.
- Tudo, minha querida! – Responde Arthur com um sorriso de quem viu passarinho verde.
- E ai o que é que você quer? – responde Fernanda.
- Eu quero a flor mais bela e cheirosa perto de mim, hoje! – Disse Arthur com um tom galanteador.
- Sei não, sabe como é não tenho tanta liberdade como você e sua turma – Responde Fernanda demostrando receio por medo de sua mãe brigar.
Arthur pensa rápido e sem tutear cria um clima romântico para tentar convencer Fernanda ir nesta festa. Fernanda fica meio na dúvida, mas depois de tantas cantadas e elogios se convence e responde:
- Tá bom Arthur eu vou, mas veja bem não quero envolvimento com seus colegas entendeu!
- Tudo bem minha paixão, isto não vai acontecer – Responde Arthur dando pulos de alegria e socos no ar como se tivesse feito um gol no final de um campeonato.
Arthur passa o endereço com cuidado para Fernanda, pois não podia perder uma chance desta e uma falha no endereço seria fatal. Agora estava tudo dentro de suas expectativas, todos convidados, todos a caminho, só tinha mais um problema, o porteiro de prédio, esta tarefa seria a próxima meta, então depois de se arrumado Arthur pegou a chave da Cobertura e foi direto para a Rua Das Castanheiras.
Chegando à portaria do prédio Arthur viu o porteiro conversando com um morador e ficou de longe aguardando este se afastar para se aproximar. Após alguns minutos o Porteiro ficou só, Arthur se aproximou e falou:
- E ai, Tudo bem! – Disse Arthur demostrando intimidade com o Porteiro.
- Tudo, e você! Como vai! – Respondeu o porteiro cumprimentando Arthur com um aperto de mão.
- Eu vou bem, como está hoje por aqui! – falou Arthur com um jeito tranquilo.
- Aqui hoje tá legal cara, muita gente viajou, tá tudo tranquilo! – Respondeu o porteiro como se já estivesse esperando uma proposta de Arthur.
- Olha cara tenho um negócio bom pra você, meu amigo está trazendo algo melhor de que aquele que te passei outro dia, você vai ficar na boa – Fala Arthur com entusiasmo.
- E as meninas, vêm gata boa, por que naquele dia tinha umas boas e vocês usaram tanta droga que quase me acabei, elas não sabiam nem quem era que estava pegando elas, foi uma loucura – Fala o porteiro demostrando ser comparsa do grupo.
- Vem cara, mas tem uma que eu não quero ver você se aproximar dela, falou! – completou Arthur.
- Tudo bem, mas vê se não usa muita droga, por que se for boa eu não vou perder a oportunidade – Responde o Porteiro com um tom de intimidação.
Arthur ficou esperando seus convidados e batendo papo com o porteiro, seu comparsa de armações e tráficos de entorpecentes nas festas particulares em apartamentos e casas que seu pai ia entregar para seus clientes.
O Porteiro comentou histórias para Arthur sobre alguns fatos que tinha acontecidos na Cobertura, este alegou que nunca tinha ido lá, pois contavam coisas que dava arrepio e ele não iria lá nem drogado.
O porteiro falou que o seu José, porteiro do outro turno do bloco trabalhava desde inicio, mesmo novo o bloco já tinha umas histórias que seu José falava, mas quase ninguém acreditava.
O primeiro dono da “Cobertura”, um empresário fez questão de personalizar, promovendo mudanças que quase ninguém sabia, viúvo, com uma filha revoltada por causa da morte misteriosa da mãe, que acusava o pai por isso, vivia com um aproveitador que fingia ser importante, mas seu trabalho era de aplicar golpes e sempre estava envolvido com criminosos.
Este empresário morreu na “Cobertura” com várias perfurações no corpo que encharcou todos os cômodos de sangue, os peritos ficaram impressionados com a quantidade de sangue encontrado, além de identificar na pericia três tipos sanguíneos diferentes e nenhum deles era o tipo sanguíneo do morto. O objeto perfurante ou objetos perfurantes era de pequeno porte e nunca foram encontrados.
O segundo dono da “Cobertura” comprou sem saber o histórico, foi morar lá com uma mulher estranha e uma enteada adolescente, sombria, calada, de olhar assustador, portadora de alguma deficiência psicológica, que às vezes ficava nas escadas escuras matando de sustos crianças e adolescentes com uma boneca e um pano envolvendo-a como se fosse protegê-la do frio, apesar de sua idade avançada para brincar com bonecas.
Este empresário e a mulher morreram de formas diferentes. A mulher morreu dentro da banheira a qual foi encontrada totalmente pálida, com várias perfurações semelhantes à morte anterior, sem qualquer gota de sangue e a água estava fulgente, a pericia não encontrou explicação para este fato.
O empresário foi encontrado morto pregado no fundo da piscina da cobertura por pinos que perfuraram o azulejo, fato que também não foi explicado pela pericia. O empresário também se encontrava pálido e sem qualquer gota de sangue em seu corpo. Como alguém poderia pregar um homem no funda de uma piscina cheia com pinos de ferro e este não ter qualquer reação.
A adolescente problemática não foi encontrada, apesar da sindica, Dona Goreth, uma senhora evangélica radical ter passado todas as informações para a polícia, esta acatando as informações vasculhou toda a cobertura não obtendo êxito na localização da referida jovem.
Estas histórias não abalaram os planos de Arthur que já tinha convidado os colegas e não podia voltar atrás. Após acender um cigarro de maconha para compartilhar com o Porteiro enquanto esperava a galera, Arthur comentou seus planos:
- Cara hoje eu vou pegar a Fernanda de jeito, vou fazer os diabos! – Disse Arthur com ar de grandeza e poder.
- Vira esta boca pra lá maluco – Disse o Porteiro, com expressão de medo.
- Qual é cara, tá com medinho é, isto e só lenda urbana – Disse Arthur, sorrindo e tirando sarro do Porteiro.
- Arthur não brinca com estas coisas cara, hoje é sexta feira, dia treze, olha para o céu, veja como a noite está escura – Disse o porteiro já meio envolvido com as histórias acontecidas na “Cobertura”.
- Toma aqui cara, dar mais uma puxada, puxa forte pra vê se você não delira e para de falar besteira, como pode um cara com o dobro de minha idade fazendo a cabeça e com medinho de historinhas urbanas. Disse Arthur, entregando para o Porteiro o cigarro de maconha já com um jeito raivoso.
- Olha cara, eu estou avisando, você não quer me ouvir, seu José o outro Porteiro já é de idade e ele morre de medo quando tem que ir até o décimo quinto andar, que é um andar abaixo, imagine chegar a “Cobertura” – Disse o Porteiro com os olhos arregalados e cinzentos.
- Cala tua boca agora cara, meus colegas começaram a chegar, olha não fala nada destas besteiras entendeu. – Disse Arthur com olhar sério e persuasivo.
- Ok! Passa o cigarro. – Disse o Porteiro, pegando o cigarro da mão de Arthur e levando a boca para dar mais uma tragada.
Neste instante vem chegando Henrique, abraçado com Luciana e Larissa com se já estivessem bêbados ou cheios de drogas. Henrique vinha brincando com as duas garotas pegando em suas nádegas e soltando gargalhadas como se aquilo fosse normal para ele, às garotas aceitavam com normalidade e sorriam juntas sem qualquer constrangimento. Aproximaram-se da portaria do prédio e logo foram alertados por Arthur que os aguardavam para fazerem silêncio para não serem notados por moradores ou seus planos iriam dar certo.
- Cara que lugar maluco, pensei que não ia encontrar. – Disse Henrique ao se aproximar de Arthur.
- Achei que era armação do Henrique para pegar nós duas – Disse Luciana com um sorriso forçado pela embriaguez.
- Também estava cismada com esta história toda, viu Arthur! – Disse Larissa com jeito meiga e acessível para uma pegada.
- Tudo bem, desculpe o lugar, mas este é especial, vocês nunca foram a uma cobertura de luxo antes seus pobretões. – Disse Arthur tentando justificar seu convite e brincando com suas colegas.
Arthur convidou os três para entrarem e irem direto para a “Cobertura” e ficarem aguardando o resto da turma lá em cima. Arthur voltou com o Porteiro para a entrada do prédio para aguardar o restante de seus amigos. Quando estavam chegando à portaria tinha acabado de chegar Ricardo e sua amiga. Ricardo foi logo abraçando Arthur e tirando uma mochila das costas onde se encontrava todos os lances solicitados.
- Ai cara, Eu não esqueci nada, tem maconha, cocaína, Êxtase, energético e muito álcool. – Disse Ricardo com todo entusiasmo possível.
- Cara fala baixo, alguém pode ouvi e ai a festa acabou entendeu. – Disse Arthur pegando Ricardo pela a gola e o fazendo calar.
Ricardo já contido e calmo entende o que o amigo está querendo dizer, fica em silêncio e com um sorriso amigável apresenta sua amiga.
- Olha aqui Arthur, esta é minha amiga Mariana, ela não é toda gostosa! – Disse Ricardo com um jeito meloso e um sorriso safado.
- Cara é como tu falaste, ela realmente é tudo de bom! – Disse Arthur olhando o corpo da amiga de Ricardo de relance e apreciando sua forma.
- Realmente Ricardo esta tua amiga é muito boa. – Disse o Porteiro querendo entrar na conversa, mal intencionado.
- Ei coroa esta não é para seu bico, tá pensando que são aquelas que você pegou quando a gente estava na pior. - Disse Ricardo com tom de desconfiança para o Porteiro.
- Desculpa cara, só estava elogiando, fica frio, mas vê se não se atola com muito pó, por que se isso acontecer eu não vou perdoar, falou! – Disse o Porteiro com um olhar de desejo pela amiga de Ricardo.
- A conversa tá boa, mas vamos logo subindo que eu estou esperando uma pessoa, já vou, falou cara. – Disse Arthur para Ricardo e sua amiga Mariana que encaminhou para o elevador individual da “Cobertura”.
- Tá bom, tá bom, já estamos indo, não demore muito Arthur, que eu vou preparar o bagulhos, falou. – Disse Ricardo sorrindo e piscando o olho para Arthur.
O casal convidado seguiu para a “Cobertura” e Arthur e o Porteiro ficaram na portaria do prédio aguardando a ultima convidada. Fernanda era a paixão de Arthur, mas ela apesar de gostar dele não aprovava suas festas e o uso de drogas, sempre mantinha distância. Arthur ficava em suas festas fazendo a cabeça, sozinho pensando em Fernanda, garota estudiosa que pretendia se formar em medicina.
Já passava das dez horas e nada de Fernanda, Arthur já estava inquieto, todo instante olhava o relógio. O Porteiro tentando acalma-lo revivia algumas histórias das outras festas que participou, Arthur esboçava um sorriso, mas ficava de olho na rua aguardando a chegada de Fernanda.
Após uma longa espera Arthur observou um vulto vindo em direção ao prédio, mesmo escuro por causa da pouca luz na rua, Arthur não teve dúvida que se tratava de sua paixão, a Fernanda. Arthur foi a sua direção com presa e demostrando alegria ao encontra-la, deu-lhe um abraço, um beijo e seguiu direto para o elevador da “Cobertura”.
Fernanda se surpreendeu com luxo e foi logo elogiando Arthur. O Porteiro os conduziu ao elevador e desejando boa festa piscou com olho direito para Arthur, aproveitando para dar uma olhada no corpo de Fernanda, cutucando Arthur acenando com o polegar confirmando que sua namorada era boa. Arthur com um sorriso e em desaprovação com olhar do Porteiro apontou o dedo maior de todos em sua direção.
Arthur e Fernanda chegaram a “Cobertura” e encontraram os convidados em festa, bebendo e fumando um baseado, sorrindo, aos abraços, como se estivessem em suas casas. Arthur foi logo recomendando.
- Pessoal vão devagar, não pode dar bandeira, se não a festa acaba antes de começar.
- Pessoal o Arthur tem razão, vamos ficar na boa, ok – Disse Henrique ainda com um pouco de consciência do que estavam fazendo.
- Olha pessoal a “Cobertura” é completa, tem piscina, área externa, churrasqueira, várias suítes com banheira de hidromassagem, bar entre outras coisas, fiquem a vontade. – Disse Arthur demostrando liberdade aos convidados.
- Beleza, hoje eu vou arrebentar, vou ficar mais pirado que o Raul quando cantava sob efeito de uísque. – Disse Ricardo já meio pirado pela mistura que vinha fazendo com álcool e maconha.
A festa parecia que não tinha hora para acabar, todos estavam se divertindo, só Fernanda que estava meio desconfiada e ficava observando os demais em seus exageros. Meia noite a festa estava animada quando de repente acabou a energia, Arthur logo tentou justificar.
- Pessoal fiquem frios, isto em Águas Claras é comum, aqui sempre acaba a energia, todo mundo reclama, mas nada muda.
- Olá pessoal, buuuuul! Eu também fui convidado para esta festa – Diz Ricardo mudando a voz e fazendo barulho para parecer uma assombração.
- Deixa de brincadeira Ricardo, você vai assustar a garotas – Disse Arthur tentando amenizar os ânimos por causa do escuro que se encontrava na “Cobertura”.
Para aguardar a volta da energia, todos se reuniram na sala, enquanto aguardavam o retorno da luz ficaram conversando e contando histórias. Em um momento de silêncio alguém bateu na porta com força, todos se assustaram e ficaram olhando um para outro, aguardando o que iria acontecer. O memento era de medo e ninguém tomava atitude, quem iria atender a porta. O silêncio voltou e nada acontecia, quando uma voz veio do lado de fora.
- Arthur, tá tudo bem ai – Disse o porteiro batendo de novo na porta para que Arthur pudesse abrir.
- Tá tudo bem, espera que eu já vou abrir – Responde Arthur sentindo um alivio com a presença do Porteiro, seu comparsa.
- Cara tá um breu danado, ninguém vê nada, eu estava vindo pra cá de escada, mas vinha num medo que você nem imagina, tem momento que as luzes das escadas ficam querendo acender, não sei qual é o motivo, mas que é estranho, é – Disse o Porteiro com a voz anunciando insegurança e medo.
- Você não sabe o que aconteceu! – Disse Arthur já demonstrando medo.
- Não sei de nada, mas já te falei que aqui às vezes falta energia sem qualquer explicação – Disse o Porteiro com jeito sério e preocupado.
- E agora o que vamos fazer! – Disse Fernanda.
- Não sei, mas tem uma coisa que vocês esqueceram as luzes de emergência, tem uma em cada compartimento desta “Cobertura”, por que elas não acenderam, são automáticas? – Disse o Porteiro não entendendo o que ocorreu com as luzes de emergência.
- Não sei, não entendo destas coisas, mas vamos verificar o que aconteceu! – Disse Henrique com os olhos arregalado e pasmo.
- Ok! Mas onde elas ficam? - Disse Arthur tentando observar as paredes sem sucesso.
- Elas ficam em lugares estratégicos para o caso de acabar a energia, mas se não ligaram é porque alguma coisa está errada, fiquem ai que vou localizar uma para saber o que é que ouve. Disse o Porteiro andando na sala em direção da parede.
De repente na porta aberta que dar acesso à piscina aparece um vulto de uma moça com alguma coisa em suas mãos, como se tivesse carregando uma criança nos braços, aparece e o vulto desaparece rápido e apenas Larissa vê e fala:
- Olha ali, o que é aquilo? – Gritou Larissa assustada e se escondendo atrás de Henrique.
- O que foi Larissa, que susto é esse! – Disse Luciana correndo para abraçar a irmã, tremendo de medo.
- Tem uma pessoa ali, eu vi o vulto, e muito estranho, eu vi! – Gritou Larissa com os olhos em pânico.
- Calma Larissa, calma, talvez você tenha se enganado, vamos manter a calma que a energia vai voltar. – Disse Henrique tentando acalmar a turma.
- Pessoal olha aqui, venham ver o que aconteceu. – Disse o porteiro muito preocupado.
- O que foi? – Pergunta Arthur totalmente em pânico.
- Calma ai Arthur? Você vai assustar todo mundo – Disse Ricardo tentando demostrar coragem.
- Calma um cacete cara, você não sabe de nada desta cobertura e eu agora nem sei como falar para vocês! – Disse Arthur tentando se desculpar para não sofrer repressão dos demais.
- Agora desembucha Arthur, não esconde nada, eu estou totalmente assustada – Disse Fernanda querendo chorar.
- Espera, vamos ouvir o que o Porteiro descobriu, fique calma porra! – Disse Arthur tentando por ordem.
- Alguém tirou todos os pinos e não há conexão com as tomadas, parece que foi feito de propósito, foi forçado ou quebrado, por isso não acendeu as luzes – Disse o Porteiro explicando o fato de as luzes não terem acendido.
- Cara, e agora o que vamos fazer! – Disse Fernanda assustada.
- Vamos descer pelas as escadas e dar o fora desta “Cobertura”. Disse Luciana pensando em uma saída.
Quando todos estavam se ajeitando para se dirigir a porta de saída, esta que já se encontrava fechada emite um barulho de uma fechadura sendo trancada, como se alguém estivesse dando duas voltas na chave tetra não possibilitando qualquer acesso a saída. O Porteiro foi em direção à porta de madeira de lei e tentou abri-la, sem sucesso, pois a porta não cedia as suas investidas e estava totalmente trancada.
O medo tomou conta de todo mundo, por uns instantes todos ficaram calados como estivessem pesando em alguma saída, mas o que demonstravam em seus rostos e suas atitudes era medo, desespero, pavor e ansiedade para sair dali e ir para casa dormir em paz. Um feixe de luz apareceu na janela e todos olharam surpresos, o feixe de luz despareceu e em seguida um pássaro passou em seu voo leve e pousou na área de lazer na parte superior da “Cobertura”. Todos ficaram assustados e não sabia como explicar, como poderia aparecer aquela noite um pássaro naquela altura, décimo sexto andar.
O cansaço e a tensão foram deixando todos com sono, mas ninguém tinha coragem de ir para os quartos, pareciam que pressentiam algo, esqueceram até da droga e das garrafas de cervejas e uísque que levaram. O tempo foi passando e a energia não aparecia. O feixe de luz apareceu de novo, agora na parte superior da “Cobertura”. O feixe de luz foi aumentando até parecer uma lanterna, todos se animaram e pesaram que seus problemas tivessem sido resolvidos, mas perpetrou um engano, a luz apareceu e permaneceu no mesmo lugar, não ouve qualquer movimentação.
Após alguns minutos contemplando aquela luz que insistia em permanecer no mesmo lugar, foi proposta uma reunião para tentar decidir que iria lá à parte superior buscar a lanterna que parecia ser. Ninguém se prontificava, parecia que a coragem tinha pedido férias naquele lugar. Após alguns goles de uísque e uma cheirada de cocaína Ricardo decidiu ir lá.
- Vocês são uns frouxos, vou lá buscar aquela lanterna e vou tirar vocês daqui, agora tem uma coisa, todo mundo vai ficar me devendo uma rodada da droga, e a que eu pedir falou seus medrosos! – Disse Ricardo barganhando sua atitude corajosa.
- Ok! – Responderam todos com olhos assombrados.
- Então lá vou eu! – Disse Ricardo, já meio grogue com o álcool e a cocaína que cheirou.
Ricardo subiu as escadas e foi para o andar superior, todos ficaram aguardando seu retorno, aflitos e pavorosos. Após alguns minutos a luz se apagou e nada de Ricardo voltar. Foi proposta uma nova reunião para ver o que tinha acontecido com Ricardo e de novo o medo fazia qualquer um recusar e ideia de subir até a parte superior daquela cobertura.
Mariana chorando e muito nervosa chama todos de covardes e corre em direção a escada que dar acesso à parte superior da cobertura, Arthur tenta contê-la, mas não obtém sucesso. Mariana chega lá em cima e começa a procurar Ricardo, de repente ouve-se um grito de dor e pavor, todos correm subindo as escadas para ver o que tinha acontecido, Larissa fica no sofá, estática, não expressa reação, fica com seus olhos bem abertos olhando para o infinito vago em sua frente, enquanto isso os outros chegando lá encontraram Mariana desolada e chorando muito com os olhas enormes de medo e pavor.
- O que foi que aconteceu Mariana? – Disse Arthur totalmente com expressão de pavor.
- Olha ali, o Ricardo está morto e retalhado pregado numa cruz no pergolado, olha que horrível! – Disse Mariana aos prantos.
- Vamos ver o que aconteceu! – Disse Henrique com receio do que poderia ver.
Quando chegaram próximo ao pergolado viram o Ricardo morto, pregado em cruz e seu sangue escorrendo pelas vigas do pergolado misturando com a cor da madeira envernizada que dava a cor especial para a cobertura de luxo. Todos ficaram por um momento observando aquele corpo com cortes horizontais, verticais e transversais, sem vida, com a cabeça caída para o lado direito e seu sangue escorrendo como se procurasse um rio para formar um lago vermelho.
Próximo ao corpo estava pousado um falcão peregrino, tranquilo e observador, parecia que aguardava alguma ordem para devorar a carne fresca de Ricardo que estava preso em cruz não causando qualquer dificuldade de busca ou divisão com as demais aves de rapina que voavam naquele setor em busca de ratos e morcegos.
O medo tomou conta de todos, logo começaram a ficar juntos quase por impulso, foram se juntando como fossem fazer uma forma de proteção de combate contra inimigos ocultos. Cada um olhava em uma direção como se buscasse explicação para o ocorrido na “Cobertura”. Os olhos e a expressão de seus rostos denunciavam todo medo e horror que dominava o local.
Quando achavam que estavam se fortificando pela a união de seus corpos notaram que faltava alguém, Larissa não estava com eles, a preocupação e o pânico tomou conta de todos, Henrique preocupado com sua amiga grita:
- Larissa! Onde você estar?
O silêncio prevaleceu, aguardaram um momento e não ouve qualquer resposta, o silêncio os deixou atônitos, todos ficam sem saber que atitude tomar, de repente um grito ensurdecedor é emitido da parte inferior da “Cobertura,” expressando dor e desespero. A escada neste momento fica pequena para todos descerem, um desce espremendo o outro na ânsia de chegar ao local onde foi dado o grito que deixou todos em pavor. Ao chegarem à sala de recepção nada encontraram, por um momento ficaram juntos observando algum sinal ou som que pudessem localizar Larissa.
O escuro dificultava qualquer ação ou atitude corajosa, agrupados e com medo, fizeram silêncio e mantiveram a atenção olhando movimentações ou barulho nos cômodos da “Cobertura”.
Após algum tempo em silêncio e observando todos os lados escuros da cobertura escutaram um leve gemido vindo da suíte principal, ao se virarem na direção da porta de acesso a suíte viram uma sombra parada os observando, por um momento todos ficaram pavorosos, sem ação, sem expressar qualquer reação.
A sombra em um piscar de olhos sumiu, Arthur e o Porteiro se dirigiram a direção da suíte na busca por algo, o escuro dificultava, mesmo assim seguiram na direção do gemido, entraram na suíte e não viram nada, mas o gemido vinha dali e tinha que encontrar, o gemido ficou audível na direção do closet e pela porta de acesso ao banheiro aparecia um pequeno feixe de luz, seguiram na direção bem devagar, o banheiro grande tinha acesso ao chuveiro do lado esquerdo e do lado direito onde estava a luz a banheira de hidromassagem que ficava um pouco oculta por uma divisória que poderia esconder que estivesse tomando banho, diante da banheira se depararam com Larissa nua, ensanguentada, com cortes no pulso, tornozelos, degolada e com talhes em forma de um X dividindo seus seios expostos como se quisessem deixar uma marca ou delimitar um território.
Arthur e o Porteiro saíram de lá às pressas na intenção de contar o ocorrido aos outros que ficaram na sala. Arthur com as mãos na cabeça se lamentava por colocar seus colegas naquela situação e o Porteiro deferia insultos por o mesmo não acreditar nas histórias contadas pelo o Senhor José, o Porteiro mais antigo do prédio.
Luciana ao ver a expressão de Arthur quando entrou na sala começou logo a chorar prevendo algo de ruim que poderia ter acontecido com sua irmã. Arthur começou a explicar o ocorrido com a ajuda do Porteiro que se encontrava com expressão de grande pavor levando todos a acreditar em algo terrível. O desespero de Luciana cresceu e esta entrou em pânico, sendo contida por Fernanda que tentava acalma-la. Após o relato de Arthur houve um grande silêncio interrompido apenas pelo choro de Luciana que se lamentava pela morte da irmã.
O Porteiro começou a pensar em uma forma de poder sair daquela cobertura, mas conhecia pouco aquele prédio e suas ideias não fluíam para uma solução viável. Após algum tempo Luciana já continha o choro, Arthur teve uma ideia, propôs que se separassem em dois trios para tentar encontrar uma saída ou alguém vivo naquela “cobertura”.
Fernanda foi logo segurando a mão de Arthur determinando assim seu parceiro puxando para seu lado Mariana, Henrique abraçou Luciana convocando-a para fazer parte de seu trio com o Porteiro. O trio comandado por Henrique foi para parte superior da “cobertura” e o trio comandado por Arthur ficou na parte em que se encontrava, o escuro parecia predominar, nem a lua oferecia sua luz breve e tímida.
- Vamos logo! Não podemos perder tempo à noite e longa. – Disse Arthur tentando acelerar a tarefa.
- Quem encontrar qualquer coisa avisa logo para que possamos sair daqui! - Disse Henrique caminhando com seus companheiros para a parte que lhe foi incumbida de vasculhar.
- Ok! Voltaremos aqui após 10 minutos para podermos avaliar nosso objetivo – Disse Fernanda tentando por ordem e manter um cronograma para a tentativa de sair da “cobertura”
Após algum tempo de procura sem sucesso todos estavam de volta para a sala que havia pouca luz, mas era o único lugar que poderiam se reunir. Quando Arthur começou a falar percebeu-se a falta de Mariana, todos se olharam tentando entender o acontecido chamaram por Mariana, gritaram e não houve qualquer resposta, novamente o pânico tomou conta, por instinto se juntaram uns aos outros como se quisessem se proteger de algo desconhecido. Os olhos assustados e as expressões do rosto detalhavam o pavor que todos sentiam.
- Mariana estava comigo, enquanto eu e Fernanda estávamos olhando uma suíte, ela foi vistoriar outra mais ao fundo sozinha, após algum tempo não sentimos mais sua falta e nem notamos que a deixamos para trás. – Disse Arthur sentindo-se culpado por deixado Mariana para trás.
- Deixa pra lá Arthur! Vamos encontra-la, Luciana e Fernanda ficam com o Porteiro aqui na sala e nós dois vamos procura-la na suíte. – Diz Henrique tentando apoiar o amigo.
- Ok! Vão logo, tragam Mariana de volta antes que seja tarde. – Fala Fernanda tentando apressar os dois.
Quando Arthur e Henrique seguiam em direção à suíte para procurar Mariana riscou o céu um grande raio trazendo em seguida um trovão anunciando chuva.
- Caramba! Já estava ruim, agora piorou. – Disse o Porteiro prevendo uma noite pior do que já estava.
- Vira esta boca pra lá! Vai dar tudo certo, vão logo tragam a Mariana. – Disse Fernanda demostrando coragem e fé.
O tempo agora virara inimigo, parecia que estava parado para tudo acontecer sob seu domínio, nada se movia, nada de novo acontecia. Arthur e Henrique chegaram á suíte e começaram a vasculhar, o quarto se encontrava normal, foram a banheira e tudo estava normal, parecia que nada tinha acontecido, após alguns minutos, já intrigados resolveram abrir a porta do guarda roupa embutido e para grande supressa e desespero o corpo de Mariana caiu sobre os dois manchando suas roupas de sangue fazendo com que os três rolassem pelo chão de mármore branco ensanguentando todo espaço do close-in. Desesperados os dois sai correndo em direção à sala onde estão os outros. Quando chegam provocam uma grande gritaria de Luciana e Fernanda que desesperadas se abraçam, gritam e começam a chorar. Arthur e Henrique escorrendo o sangue de suas roupas e tentam acalma-las sem muito sucesso, pois o pavor em seus olhos fica evidente.
Henrique notou a falta do Porteiro e procurou onde estava, Fernanda já contida do medo aponta para a parte superior da “cobertura” e fala:
- O Porteiro disse que viu alguma coisa lá em cima e pediu para que ficássemos aqui enquanto ele ia ver o que era, mas até agora não voltou nem respondeu nosso chamado. – Diz Fernanda explicando a ausência do Porteiro.
- Não acredito! Mais um que some agora a coisa vai ficar pior, encontramos Mariana morte dentro close-in toda marcada e com o X cruzando seus seios do mesmo jeito da Larissa. – Diz Arthur explicando a falta de Mariana.
A chuva cai forte lá fora, os raios e trovões fazem presença para tornar a noite mais escura, fria e sombria. Um grande barulho chama atenção de todos, como se uma porta fosse fechada com toda força causando um som peculiar de uma porta de madeira de lei. Novamente por instinto os quatro se juntam e ficam assustados aguardando alguma coisa. O tempo parece não passar e tudo fica calmo internamente só a chuva lá fora faz seu barulho peculiar. Arthur interrompe o silencia e fala:
- Gente, vamos subir e ver o que aconteceu, talvez o Porteiro tenha encontrado alguma coisa.
- Vamos, parece que tudo está mais calmo, vamos verificar. – Diz Henrique tentando encorajar Fernanda e Luciana.
Os quatro sobem devagar demostrando estarem com medo ou prudência com o que poderiam encontrar. Começam a procurar entre a penumbra e a luz dos raios que aparecem e desaparecem tão depressa como apareceu, começam a andar se aproximando do corpo de Ricardo que ainda se encontra pregado no pergolado com todo sangue escorrido.
Um gemido baixinho é ouvido por Fernanda que alerta os outros e todos começam a procurar, procuram por todos os lugares e nada encontram, por um instante Henrique pede para todos pararem e fazer o máximo de silêncio por que a escuridão e o barulho da chuva dificultavam encontrar ou identificar a posição do gemido. Após algum tempo em observação fixaram uma direção que chegava a parte externa da parede que faziam a proteção da parte descoberta da “cobertura”, lá ficava a piscina, banheiros, o pergolado, um quarto fechado e o pequeno jardim feito para adornar toda “cobertura”.
Arthur começou a andar em direção do baixo e doloroso gemido, os outros fizeram fila atrás como se quisessem proteção do que podia acontecer. Devagar foram chegando, foram observadas duas cordas cruzando a mureta com se tivesse segurando alguma coisa, quando Henrique tentou segurar uma das cordas, elas se desprenderam rapidamente projetando o corpo do Porteiro de cima da “cobertura” em direção do grande edifício em construção ao lado, cheio de madeiras, tijolos, pregos entre outros materiais de construção, durante sua grande queda não ouviu qualquer grito. O corpo do Porteiro chegou aos restos de construção sem fazer qualquer barulho como se tudo estivesse planejado. Luciana vendo aquilo sai correndo e desce as escadas para a parte inferior e começa a bater na porta que dar acesso ao elevador e a escada de incêndio sem obter qualquer resultado, Arthur, Fernanda e Henrique desatentos por ter presenciado a morte do Porteiro não percebe.
Luciana ver um vulto passando em direção à suíte principal e a segue, entra observando os cantos escuros para ver se encontra o vulto, nada é encontrado, sem paciência entre no close-in de repente e vê uma pequena porta sendo fechada, como uma passagem secreta, não perde tempo e segura a pequena porta antes que se feche totalmente. Luciana observa por um instante, pensa em chamar os outros colegas, mas recua achando que vai solucionar o grande mistério e salvar todos. Luciana entra pelo pequeno túnel escuro e percebe que tem uma pequena escada com acesso à parte superior da “cobertura”, não se intimida e começa a subir, mesmo no escuro chega ao topo, abre uma pequena porta e chega a um quarto totalmente escuro, escuta a conversa de seus amigos do lado de fora, ai começa a entender como o vulto é visto uma hora na parte superior e outra hora na parte inferior, a escada explica tudo, agora é saber quem está por trás das mortes de seus colegas. A escuridão do quarto esconde alguma coisa, Luciana pressente, fica alerta, mas o escuro predomina, chama pelos seus amigos uma só vez e recebe uma grande pancada na cabeça, seu corpo é arrastado pela pequena escada e sua cabeça vai batendo nos degraus até o ultimo, já morta é colocada sentada no sofá em frente da TV como se estivesse assistindo algo. Seu corpo é mantido sem cortes, perfurações e sangramento.
Fernanda atenta ouve o chamado de Luciana, mas não sabe a direção, alerta os amigos e ficam procurando, vasculham tudo na parte superior, batem a porta do quarto, tentam abrir, mas não obtém sucesso, a porta parece que têm fechadura falsa. Henrique decide descer para ver se encontra alguma ferramenta para forçar a porta, quando chega à sala encontra Luciana assistindo TV, grita para Arthur e Fernanda avisando que encontrou Luciana, os dois descem rápido encontram Henrique indo em direção de Luciana. Luciana imóvel não responde o chamado de Henrique e nem demostra interesse e responder ou fazer qualquer gesto. Quando Henrique fica em sua frente percebe que Luciana está com os olhos fechados e que sua cabeça está cheia de hematomas de pancadas proferidas com crueldade, percebe-se também que houve grande hemorragia interna causando sua morte. Henrique entra em desespero, Fernanda tenta acalma-lo, mas sem sucesso, Arthur consegue abrir a porta e aciona o elevador, chama Fernanda para correr e sair dali, Fernanda fica parada olhando para a parte superior da “cobertura”, um vulto lhe olha e balança a cabeça para que ela não siga os amigos, o escuro é intenso quando Henrique corre e entra de uma vez com Arthur no elevador e não percebem que o elevador não está lá, caindo de uma grande altura para o poço fundo do elevador.
Fernanda senta no sofá e fica imóvel sem saber o que fazer ou o que vai acontecer, o vulto se desfaz, uma luz tímida começa a aparecer, a chuva caia mansa e leve, o falcão peregrino alça voo na direção da luz que aumenta trazendo o dia. Dois dias depois Fernanda é encontrada sentada, abraçada com seus joelhos, sem saber realmente o que aconteceu e como aconteceu, a conclusão da polícia é que houve uma grande festa regrada a álcool e drogas e que um ritual macabro causou as mortes e acabou com a festa.
FIM